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21 de maio de 2015

ENTREVISTA COM ROGÉRIO H.P. PONTENEGRO


Olá leitores,
o blog fechou uma nova parceria.
Desta vez com o escritor Rogério Henrique Pereira.
Conheça um pouco sobre o autor em uma entrevista exclusiva para o Falares Culturais.


Rogério Henrique Pereira nasceu na cidade de São Bernardo do Campo, São Paulo, no ano de 1983. 
Graduado em Letras licenciatura plena Língua Portuguesa e Língua Inglesa no Instituto Anhanguera Educacional - Anchieta. Cursou Gestão de Projetos Sociais no SENAC em 2009. Com o pseudônimo de Rogério H.P Pontenegro publicou seus contos nas antologias Dimensões.BR, Jogos Criminais II e Quimera - Contos Fantásticos, todos da editora Andross, e na coletânea Enquanto a noite Durar pela editora APED. 
Estuda e busca formação e conhecimento no Empreendedorismo Digital, com atuação nas áreas como Storytelling, Transmidia, Economia Criativa, Colaborativa e de Compartilhamento, e outras formas de empreendimento como startups.


ENTREVISTA


FC: Por que optou em escrever contos?
RHP: Quando eu comecei a escrever, comecei com contos em oficinas e cursos gratuitos, e continuo até hoje por ser um gênero curto e rápido, sendo propício para leituras mais rápidas. 

FC: Já escreveu outros tipos de textos?
RHP: Sim, no inicio comecei a escrever fanfics, numa época anterior a essa moda, com histórias dos Cavaleiros do Zodíaco. Hoje além dos contos, proposta da Revelação Tardia é para ser uma noveleta, tenho outros trabalhos em curso que são noveletas de 15 páginas, tenho um ebook concluído de poemas também, com o título Cartas Poéticas de Amor, e estou começando a escrever um romance que vai para o Wattpad e Widbook.

FC: Da onde vem a sua inspiração?
RHP: Minha inspiração vem dos animes, livros, seriados e filmes. Um pouco de tudo.

FC: Qual tipo de leitura você mais gosta?
RHP: Aventuras de fantasia, policial, suspense, steampunk e agora estou gostando de romances e distopia.

FC: Quais seus autores favoritos? (Nacionais e Internacionais)
RHP: Christopher Paolini, C.S Lewis e Graciliano Ramos.

FC: Teve alguma dificuldade para criar e publicar?
RHP: Tive um pouco de dificuldade no começo, mas publicação de contos não é uma coisa difícil, basta você ficar antenado as antologias que são abertas pelas editoras.

FC: Sobre o problema no lançamento do conto "Marcado entre Sombras e Espírito - Enquanto a noite durar", pode falar sobre? Como é a comunicação do autor com uma editora?
RHP: Nessa ocasião tive contato com o organizador Alef, que tentou de todas as formas para que a Antologia não tivesse problemas, não tenho que esconder que realmente o livro teve problemas. E isso vale de aviso para quem se aventura para quem for fazer uma antologia.  Mas é águas passadas, e o livro hoje faz parte do meu trabalho.

FC:   Pretende publicar o conto “Revelação Tardia” através de alguma editora? 
RHP: Não pretendo, além da Revelação Tardia outros trabalhos serão independentes para ter contato direto com o público com os meus trabalhos. Sinta-se a vontade para me procurar nas redes sociais.

FC:   O que é necessário para se escrever um bom conto?
RHP: Ter vontade de escrever e contar uma pequena história, com poucos personagens com proposta de levar uma leitura rápida.

FC:   Qual sua dica para aqueles que estão começando na área?
RHP: Ter paciência, muita transpiração, vontade contar a sua história, mas sempre buscando aprender ao máximo para ter qualidade na sua história. 




Leia o conto :


Capa do Livro



Marcado entre as Sombras e o Espírito - Enquanto a noite durar
Rogério H.P Pontenegro

Jamais imaginei que meus amigos fossem grandes companheiros, foi o momento bom que eles entraram na minha vida. Nunca pensei que fossem viver altas aventuras em Cesário Lange, isso me atrai, me consome e cada instante. Sei perfeitamente que estou fazendo, sai de casa dos meus tios e voltei a viver com meus pais no interior. O mais estranho que possa aparecer, algo me chama para retornar para casa. O que será?
Sergio era um jovem novo que surgiu na cidade de Cesário Lange, ele havia atraído olhares de todos os lados como qualquer novato que vem da capital, jovens garotas olhavam para o rapaz que tinha um porte atraente o que deixou muitos outros rapazes irritados. Nesse retorno ao interior, fez novas amizades e passou a viver com seus pais novamente, depois de vários anos na capital paulista.
Dentre muitas amizades que fez no começo, foi arruinada por brigas, intrigas e revoltas de jovens que o invejavam pelo seu porte, como os olhos negros e cabelos escuros, mas poucos se tornaram confiáveis na sua nova vida.
Muitas foram às aventuras de Sergio viveu, desafiando os seus pais que não gostava de suas atitudes. Historias de seus tios contavam que o rapaz teve uma vida normal, nos estudos e no trabalho, mas que uma jornada amorosa fez a sua vida virar do avesso na grande cidade. Todo dia ele ficava trancado no quarto, escutando musica ou lendo livros para passar o tempo, ate que decidiu voltar para a cidade de Cesário.
Seus pais haviam compreendido a situação do filho e as razoes de seu retorno para o interior, e que as mudanças não são bem vinda para seus pais Augusto e Isabel.
Todas as noites os seus pais saiam à procura de seu filho, pois sentiam de algo poderia acontecer com seu filho, um vazio que dominou Isabel e Augusto. Depois de uma tentativa frustrada em encontra-lo, uma sombra imersa sobre a casa, os dois sentiam um grande mergulho, Augusto e Isabel estavam parados e estáticos com os sons que ouviam. Murmúrios e grunhidos de algo que não conseguiam
enxergar, o medo instalou sobre o casal quando uma pessoa surgiu acedendo a luz da casa.
‒ Tio Augusto, Tia Isabel vocês estão bem?
‒ Sim Carina. Estamos! – Olhou o senhor pálido para a sobrinha que vivia próximo da família.
‒ Tem certeza? A Tia Isabel esta suando fria, seus olhos estão vermelhos. – Afirmou segurando a mão da tia que estava gelada.
‒ Não sei! Algo estranho vai acontecer, estivemos alguns instantes no centro procurando o Sergio, estamos preocupados com ele. – Lamentou Augusto olhando para o chão.
‒ Soube que ele foi junto com os seus dois amigos pra Porangaba, cidade vizinha daqui.
‒ Deus do céu! O que ele foi fazer naquela cidade? – Exclamou Augusto elevando mãos acima.
No centro da cidade de Porangaba o movimento estava menor como sempre, Sergio e seus amigos caminharam ate a praça azul no centro, sentados no banco. Perceberam o movimento vazio na rua central e ficaram ali conversando.
− Alguém tem dinheiro? Podemos ficar ali sentados e comendo na lanchonete da praça. – Afirmou Ricardo.
‒ Podemos fazer algo mais interessante depois, então. – Sugeriu Pedro.
‒ O que podemos fazer? – Perguntou Sergio.
‒ Subiremos na estrada de Conchas no cristo da cidade, ali tem um cemitério e podemos fazer algo de útil lá.
‒ O que você quer fazer? Entrar no cemitério? Se liga Pedro! – Resmungou Ricardo nas bizarrices que Pedro sempre fazia.
‒ Ah se vocês quiserem, fica ai. Eu já estou indo ate o cemitério da cidade vizinha. – Desafio Pedro que já partiu ao descer da praça central.
‒ Espera ai Pedro! – Pediu Ricardo seguindo o amigo, descendo as escadas da praça.
Sergio ficou observando os dois amigos seguirem para o cemitério, ele ficou pensando nas ultimas ações que deixou os seus pais irritados, mas queria de alguma forma esquecer de tudo que vivera ate ali, de todos os problemas que sumiram da sua vida na cidade. Estava ali pra viver desafios, mas algo no seu
coração dizia: “Siga! Siga! Venha para essa vida!” Uma voz que dizia no fundo e o atraia a cada instante. Algo que não sabia dizer o que era, mas que seguiria adiante nessa jornada.
Ao correr e descer as escadas da praça observou em instantes a igreja no quarteirão de cima iluminada pelas luzes da cidade. E murmuro nos seus pensamentos: “que bonita!”
Pedro e Ricardo estavam juntos sentados próximos ao Cristo da cidade de Porangaba. Sergio ficou observando a estatua símbolo da cidade do Rio de Janeiro. Estranhou aquilo.
‒ Natural para muitas pessoas que vivem no interior estatuas como essa, não é só em Porangaba que tem, mas também em muitas. – Comenta Pedro ao observar a curiosidade de Sergio.
‒ De qualquer forma é bonita, um dia irei para o Rio de Janeiro. Quero ver de perto o Cristo da cidade carioca. – Sonhou o jovem.
‒ Quem sabe não combinamos de ir numa viagem a cidade no final do ano. – Sugeriu Ricardo com toda vontade de se aventurar.
‒ Quem sabe! – Afirmou Ricardo pensando na possibilidade.
Um carro de policia que fazia ronda na cidade avistou os três jovens e parou próximo do local onde estavam. De dentro do carro, um dos policiais saiu e alertou os jovens:
‒ Não fiquem próximos do Cemitério, estamos alertando a todos que se aproximarem deste local.
‒ Mas senhor, estamos apenas conversando. Já estamos partindo! – Disfarçou Ricardo que saiu do local e adentrou a via sentido Conchas a pé. – Moramos aqui próximo, venham Sergio e Pedro. Vamos pra casa! – Gesticulou com o braço.
Sergio e Pedro olharam estupefatos e seguiu Ricardo que aguardava próximo da entrada do cemitério. O veiculo policial andou um pouco mais na via e deu a volta, seguindo para o centro da cidade.
‒ Seu louco, você mentiu para os policiais? – perguntou Pedro olhando com raiva para o amigo.
‒ Esses policiais não são de nada. Enganei-os direitinho, ninguém pode comigo.
‒ Melhor partimos de volta para Cesário. – sugeriu Sergio.
‒ Acho que não voltaremos tão cedo, já esta muito tarde e não tem mais ônibus pra voltar. – lamentou Pedro.
‒ Não seja por isso. – mostrou Ricardo uma chave na sua mão. – da casa do meu tio, ele tem uma chácara aqui pertinho, na estrada de terra, vamos? – gesticulou o jovem seguindo direção.
Os três caminharam seguindo a direção da chácara do tio de Ricardo pela estrada de terra, mas a escuridão chamava a atenção de Sergio. E uma brisa agitou os galhos das arvores. Sergio sentiu a sua mão gelar e o seu coração bater acelerado. Nas chácaras vizinhas, cachorros começaram a latir sem parar.
Sergio parou por um momento e olhou Pedro na escuridão vindo a sua direção. E uma sombra engoliu o seu amigo que gritou forte e desesperador, Ricardo chamou por Sergio:
‒ SERGIO! O que aconteceu? – gritou Ricardo que voltou correndo para socorrer os amigos.
O rapaz caiu em meio às pedras, e outra sombra enfurecida engole Ricardo que berra a plenos pulmões, chamando atenção da vizinhança. Criaturas surgem em meio à escuridão. Sergio ouviu grunhidos e gemidos vindos de monstros peçonhentos que surgem diante da sua visão. O luar surgiu em meio às nuvens e clareou feras gigantescas com três cabeças de cães e olhos negros como ébano.
Sergio recuou tentou recuar, mas as duas feras abriram as suas bocas, e avançou em cima do jovem, que ouviu uma voz.
“Fuja! Fuja! Fuja para mais longe”.
Uma figura humana e esquelética surgiu de cima das arvores com seu capuz preso ao seu corpo, diante das duas feras, berrou, e um som ensurdecedor do espectro rompeu a barreira das sombras no meio da escuridão. A lua sumiu nas nuvens, e Sergio não presenciou mais as estranhas criaturas. Caiu desacordado com uma mordida no ombro, quase sem vida no chão.
A criatura se aproximou e olhou para o Sergio, o corpo do garoto estava inerte e os seus olhos brancos como ébano. E ele mencionou as ultimas palavras:
‒ A escuridão sucumbira e o seu espírito aprisionada será nas sombras pelos Senhores da Morte.
‒ Cumpri o meu dever com a Morte, eles me trouxeram ate aqui e levaram a alma deste jovem.
O espectro observou o corpo sendo manipulado por uma entidade das trevas, e sua voz ecoou pelo infinito. A figura olhou para o crepúsculo e viu o espírito do jovem ao luar sendo levado pelo infinito.
No dia seguinte, noticias davam conta da morte de três jovens de Cesário na cidade de Porangaba, e virou noticia nos jornais da região. Noticias davam conta de dois rapazes assassinados com tiros por todo o corpo e terceiro corpo perfurações por todo o corpo e uma cabeça decepada. Isabel e Augusto ouviram as noticias nos jornais e já previram a morte de seu filho, desde o dia que sentiram as sombras no caminho do seu filho.

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